Distante

Tão distante...

Prostrado na cama!

Eu não tenho me mantido ao vosso alcance...

A melancolia prevalece, a loucura me chama!

Também nem o céu mais me ama!

Para findar em mim esses passos titubeantes...

Esmiuçar em mim essa desconfiança delirante...

Não se revela no enredo qualquer grande surpresa...

Tenho de a todos sorrir, tenho que todos suportar!

Não há nessa ironia berrante qualquer fineza!

Que me faça querer deste mundo participar...

Pois eu tenho estado tão distante!

Nem divago valor em tentar argumentar...

Somente nos sonhos eu vivo e a Deus escuto...

Um coma preferido, antecedendo a despedida

E os suspeitos e inertes versos que tanto enluto

São como confissões particulares, mas deprimidas

São como delações singulares, mas presumidas

Duma jovem, porém, já suficiente vida...

Tão distante...

Como eu sei bem!

Eu não tenho me mantido ao vosso alcance...

Saudades, eu já não arrendo de mais ninguém!

O silêncio, contudo, é um prodígio tão significante!

Já que a mudez faz com que o poeta seja importante

Por trazer sensatez às suas certezas mais cativantes...