AQUELA DAMA QUE SEMPRE ME SORRIU

Quando eu cheguei ao fundo

E vi minha alma em estilhaços

Vi aquela dama me sorrir

E me estender seus braços

Quantos pedaços jogados ao vento?

Quanto tempo estive insone?

Flor esquecida no concreto gelado

Que aquela dama insistia em usar

Me envolve em teus braços

Concedei-me o prazer eterno

Muitas vezes desejei ir com você

Algumas vezes cheguei tão perto

Nunca soube transformar água em vinho

Minha vida foi mais vinagre e fel

Perdi a estrada de tijolos amarelos

Me distanciei do inferno e do céu

Olhei para o chão enquanto cuspia

Só enxergava meu sangue nas calçadas

Impossível ignorar a dor de minhas feridas

Ela voltava para me abraçar, ela era minha morada

Me envolve em teus braços

Concedei-me o prazer eterno

Muitas vezes desejei ir com você

Algumas vezes cheguei tão perto

Talvez ela fosse minha amiga

Talvez até a pior inimiga

Tantos convites ela me fez

Dançar com ela era um doloroso prazer

Me leve de volta para casa

Não procuro por nenhuma resposta

Eu desejo que ela não me procure

Mas ela nunca me abandona, sempre volta