No que me faz

Minha dor é uma dádiva

Um ar de arroto

Um alívio e uma tortura

No inverso que se faz censura

O bem-estar é um mito

Que desmascara o folclore

Ignorando as energias positivas

Me prosto diante do imutável

Me torno um escravo

Não sei

E nunca saberei lidar

Por não me encaixar

E sera questão de tempo

Para eu começar a perder mais pessoas

Aquelas que acreditaram em mim

Isso me dói

Corrói e deixa sequelas

É horrível engolir o conceito de amor

Que me inventam

Todos os dias

E renovam

Porque é fácil criar definições

Pra algo que todos sentem medo

Enquanto a maioria sofre de

Uma doença mental

Que subestima a solidão

Porra.

Prefiro dizer adeus aos meus

E mandar se foder o seus

Conceitos

Sempre atrairei

Esse adubo que já foi merda

E florescerei lindamente

Mas

Foda-se

Nessa intonação que cria repulsa

Foda-se

A sensibilidade

Afinal

Apenas por sentir

E sofrer

Ainda sou ingrato

E nem minha autoconsciência

Me dará a devida lição

Pois escolhi beber cachaça

Enquanto todos conversam

Na calçada

Sobre o culto de sábado.

- G.

Gonçalveski
Enviado por Gonçalveski em 23/09/2017
Reeditado em 25/05/2019
Código do texto: T6123009
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