O antigo avarento em seu renascer
Ordenada lista de afazeres
Detentora das matérias da redenção;
Misericordiosas funções para com seres
Passíveis de vindoura perfeição.
E lhe compete sublime missão
Orgulhoso do peito vazio;
Ontem, dono de malquista emoção,
Agora serviçal do desmemorio.
Fugidias lembranças atravessarão
Sua mão miúda, nova, indefesa;
Trazendo por trás de um coração
Maledicência, erro, avareza.
Cresce modesto em pobre ambiente
Com passo humilde, frio, descalçado;
Exaltando o mesmo pensar incoerente
O errôneo julgar do injustiçado.
Mas extrai do caminho oportunidade
De enxergar no amor a grande riqueza;
Liberta o espírito na caridade
Doar-se em plenitude, sua certeza.
Enxerga no simples, remição certeira
Renuncia pejoso à antiga mazela;
Bem vale suster-se a vida inteira
E voltar ao Lar com a alma bela.