CEMITÉRIO
O cemitério não é o fim,
Como julga a descrença sombria,
Antes é a porta para o sem-fim,
Onde todos são iguais
— Na tristeza e na alegria —
Embora nos recantos da terra
Fossem tão únicos e desiguais:
No túmulo, a vida não se encerra.
Quando uma luz se apaga
Eternamente morta ficaria...
No entanto, outra luz
Sempre em seu lugar se acende,
Como a criatividade do artista,
No interminável dia a dia.
Nada de verdade se acaba,
Por mais que o ateísmo insista,
Tudo ganha vida novamente
E assim o tempo se reproduz.