Menina do Laço Azul

Três e três são seis.

O dado tem seis lados.

A liberdade é festejada

na despretensiosa sala de estar.

A linha se alinha

ao teclado, à partitura,

uma nota destoante a pedalar

na trincheira injetada.

Quatro e quatro são oito.

Oito é um número duplo.

Sorridente a mesa me convida

ao banquete sigiloso.

Em mim não sinto o desejo

de guardar os retratos entre os jasmins,

que sopram indeléveis seu aroma

na boca-fruta-vermelha

da menina de tranças e laço azul.

São Paulo, 15 de julho de 2009.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 12/08/2009
Código do texto: T1750184
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