Menina do Laço Azul
Três e três são seis.
O dado tem seis lados.
A liberdade é festejada
na despretensiosa sala de estar.
A linha se alinha
ao teclado, à partitura,
uma nota destoante a pedalar
na trincheira injetada.
Quatro e quatro são oito.
Oito é um número duplo.
Sorridente a mesa me convida
ao banquete sigiloso.
Em mim não sinto o desejo
de guardar os retratos entre os jasmins,
que sopram indeléveis seu aroma
na boca-fruta-vermelha
da menina de tranças e laço azul.
São Paulo, 15 de julho de 2009.