O BAILE DOS INSETOS
Na lúrida brenha
Nos tufos das dracenas
Se amontoaram insetos de asas
Prá dançar uma bailada
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Nas bromélias e crossandras
Alfazemas e lavandas
Pendiam vagalumes acesos
Servindo de luzeiro
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Na cimeira dos pirlitos
Cricrilavam dezenas de grilos
No zumbido da mutuca
Esticando a cumbuca
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Rabecavam sem descanso
Esbeltos pernilongos
Com pernas de palitos
Na gira dos mosquitos
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Zumbiam moscas zonzas
De verdes asas longas
Na mandala flutuante
De besouros cintilantes
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E todo gafanhoto que ali passava
Ao baile se somava
Atraídos pela sanfona
Das cigarras fanfarronas
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Então na relva um barulho,
E se fez um silêncio mudo
Apareceu saltando pulos
Um sapo borrachudo
E espaventou com tudo,
-Será que ele perdeu um parafuso?
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