Uma azeitona

“Tio, dá uma azeitona?”

Toda pidona e

muito pequenina,

rogou a descabelada menina.

“Dez centavos!”

Todo interesseiro,

bastante grosseiro,

respondeu o velho vendeiro.

E, cortando presunto,

encerrou o assunto.

“Tio, quero uma azeitona!”

Agora mandona e

só pequenina,

entoou a penteada menina.

“Dez centavos?!”

Um pouco curioso,

meio manhoso,

pediu o comerciante idoso.

A menina fez logo o ajuste.

Não se tratava de embuste.

Comprou só uma oliva, porque não era gulosa,

era menina, ora serelepe e ora orgulhosa.

2015

dedicado à Sebastiana Costa Neta de Moraes.