CACHIMBO DÁGUA

Serpenteando as vassouras

sacodindo as ceroulas

baixaram as bruxas

prá pitar a shisha

na brenha,escondidas

. . . .

Num jarrro de barro

misturaram caldo do banhado

folhas de hortelã,curcuma

erva de urubú,arruda

. . . .

Enfiaram no penico

varicha de bambu no bico

pitavam no cachimbo a arjunça

baforando fumaça

como chaminé das choças

. . . .

Uma chusma de coboldos arteiros

e duendes baderneiros

atraídos pelo incenso da paçoca

vieram provar a engenhoca

. . . .

Em volta da távola

de troncos e tábuas

dos trolos jangada

se aplastaram numa roda

e a narguilé rolava

o cachimbo dágua

. . . .

Então piou a jurití

o lobisomem vem aí

se foram em disparada

prá não levar bordoada

por irem pestiar a mata

. . . .

Ou se mancaram que fumar é droga

coisa perniciosa

ou foram caçar mosca

prá temperar a sopa

E deixaram prá chuva lavar a louça

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 15/09/2016
Reeditado em 15/09/2016
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