Versos soltos (nas lembranças)

O tempo rasga a memória.

O tempo - senhor e senhora,

Marcha à caminho dum outro adeus.

Lembranças de como éramos

Guardo ainda no mesmo quarto.

Nele, tudo jogado, paredes riscadas.

Versos soltos pelos cantos, sem alento,

À procura de outras margens.

Nas paredes os últimos retratos

Impregnados, forjados,

Sem sorriso, sem cor.

Nostalgia é gentileza

Sentada ao banco improvisado.

Não tenho sonhos, não tenho sono.

Tenho um pedaço de poesia na escrivaninha,

Versos empoeirados, riscados a lápis.

Tenho livros não lidos,

O ultimo romance

De páginas rasgadas.

Poeta Fábio Ferreira

fabiorusso7@hotmail.com