Capricho e Memórias Varridas pelo Vento; que Derrama

Vento frio... Traz as sombras à viela perdida:

À terra de ninguém! Sopra o vento com tanta solidão ;

Casas envelhecidas, como a alma sem vida;

Luz ténue a imiscuir-se; que a noite envolve de paixão...

Alento da noite: O casario, a tristeza, a vida;

O vento vem... Varre a viela; limpa mágoas ao coração!

Cheira a fumo... Sai da chaminé envelhecida:

Ramos secos; gemem ao estalarem com quente chama;

Chama acolhedora a esquecer lá fora a vida;

Capricho e memórias varridas pelo vento; que derrama...

Tempo tosco; vida envelhece; mente sofrida;

A aridez do vento passa na viela! O frio a todos engana!

Tempo frio... O casario abandonado ao vento:

Tanto envelhecer nesta imensidão do tempo que passa;

Repicam sinos... Sons abafados; triste tempo;

Neste triste meditar! É o vento; a noite fria; que abraça...

Além dos murmúrios; luz pálida e sentimento;

Sombras da vida na viela... Por onde o vento frio passa!

17/05/2017

José Duarte André

José Duarte André
Enviado por José Duarte André em 17/05/2017
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