VERTIGEM

Vácuo, vertigem do abismo.

No vazio, sofismo metafórico lirismo.

Ira da Lira que delira nas cordas vocais de sons afônicos averbais.

Sensação de agir, não agir, reagir, estancar o sentir.

Partir não partir, estar no outro e ficar em si.

Paralisar o porvir.

Naquele canto da sala vazia metafísica euforia.

Vejo a sombra da memória espiral, fantasmagórica, espectral.

Emoções vividas sentidas intensas de uma vida vinda de tantas vidas de tantas partidas.

Deixar o corpo fluir no puro movimento do ser sem sentir, sem pensar.

Numa catarse de escrever sem se conter.

Apenas deixar acontecer.

Na purificação do espírito, na purgação das paixões...

Ramiro Jarbas

21-05-2017

Curitiba