Caravanas de Versos
Versos de museu, irremediavelmente perdidos,
Esquecidos no fundo de uma tarde antiga,
Ou sepultados no isolamento da pagina
Sombra da luz de um outrora tido.
E outros mais, venenos e melancolias,
A amante distante,a vida perdida,
Gelo de falas ,sem som e movimento,
Palida sombra da voz de uma boca.
Corações longuinquos como estrelas mortas
Que a alma enviam duvidoso brilho,
Que se abismam de talvez e de incerteza,
Se maquinizam em métrica e estribilho.
Escrinios de referencias as vezes inascessiveis,
Relativos portos, faróis cristalizados
Que acordam a chama rutila dos sóis
Ao amor instigam com prometidas historias.
Tumulos que são berços de horizontes
Fadados a renovações e a lembranças
No templo da eternidade velas varias
Infinita procissão das chagas a esperança.
Que rolam como ávida e marcam como beijos,
Sucessão renovadora do velho tema eterno
Cuja saga,como a nossa, desafia o inferno,
E paira no sempre transitorio de desejos.