ESTRANHOS

Piso no solo da minha mocidade,
Nos fragmentos da cidade,
Que me acolheu,
Estendo o olhar,
Para as inevitáveis mudanças,
Me surpreendo,
Nada a ver com a criança,
Que sonhava, cirandava ao luar,
Que achava que o vento era meu,
Que era minha a andorinha,
A enverdecida paisagem.
Nada a ver com a coragem,
Que ludicamente, eu tinha,
De passar o dia entre as brenhas,
Trocando olhares, fazendo resenha,
Com a sedutora natureza.
Nada a ver com a leveza,
Com o panorama bonito,
Que aprazava o meu espírito,
Dava asas à minha fantasia,
E eu ia... me envolvia,
Fazia do instante a minha menha.
Recolho lúgubre, o olhar castanho,
Me pergunto, o que aconteceu?
Esse lugar está tão estranho,
Ou estranho estou, sou eu...?