TEMPO IRREAL

TEMPO IRREAL

Seguro o mundo na palma da minha mão.

Quebro a barreira do meu tempo sonhando.

Percebo o vento que vem em várias direções.

Percorro estradas como uma andarilha.

Descalça ao léu, vagueio por entre as flores.

Dança com a chuva o dia que vem.

Defino então meu real como uma orquestra.

Regida com entusiasmo de um maestro.

Com a harmonia de uma música instrumental.

Ostento sonhos imaginários e doces.

Que reverto em poesias para lançar ao mar.

Bebe a lua com o cálice prateado. Bebo a lua.

Vejo um modo de seguir essa viagem em paz.

Irradio sorrisos e deslumbro com as cores do dia.

Capturo a brisa que vem levemente me afagar.

Num impulso salto o tempo e reviro a terra.

Com diplomacia de uma aprendiza solitária.

Atravesso o infinito das horas clandestinas.

Faço rascunhos irreais! Apenas reescrevo as palavras.

Minha mente é o avesso do eco! Não repito.

Toco uma flauta! A canção que está em mim.

Entre realidades e sonhos levito no azul.

Danço com as cores naturais! Minha particularidade.

Sou então a andarilha de um tempo irreal.

Soraia