O Dia em Que Fui Escuridão

O Dia em Que Fui Escuridão

Abri as portas,

Deixei as trevas entrar.

Os meus pés no chão frio, visões.

Não há remorsos,

Vesti-me de escuridão.

Eles baixaram o olhar incisivo.

Uma gota de sangue,

Os rios mudam de cor.

Deixam-me passar, bichinhos.

E as víboras

Sentindo encantado odor,

Pela neve me seguiam.

Eu sou o tal,

Para ser cruel e banal.

Ouço almas e assovios gélidos,

Que vem da minha boca.

Vejo o além,

E eles me temem!

Com minhas chamas, comigo.

No cume do monte,

Uma lenda, ou um mito.

E ainda hoje se é dito,

Do dia em que fui escuridão.

Victor Cartier

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 23/07/2014
Código do texto: T4893883
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