CÃES POÉTICOS PATÉTICOS

Comentários trocados,
para satisfação de egos inflamados;
elogios forjados, para se tentar garantir
algum leite noturno;

inferências realizadas em pífios versos
(que têm a frígida aparência de quem os escreve)
para abrirem rotas de ilusões e esperanças,
com afiados punhais escondidos.

Ora, ora, ora,
velhos companheiros sem ocupação na vida,
autoconsiderados distintos puristas
e sublimados poetas,

falando-se em eternidades,
foi num delas que assassinei a perjúria;
falando-se em cordas, foi à extremidade de uma delas
que apaguei a soturna marítima;

falando-se em sonhos e ilusões,
foi ao deserto que me arremeti profundo;
e dele, falando-se de mim
(atentai bem a isso),

não sou nada mais, nada menos
(no que digo, canto ou me sangro) do que reflexos
de miragens e insanidades (como as vossas)
encarvoadamente corcundas.

Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 20/11/2014
Reeditado em 20/11/2014
Código do texto: T5042204
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