Papeis de Best Western

Conto Animalesco

Andei mais a frente. Subliminei ao ver uma senhora conversando com os cachorros. Já que me chamaram, fui descrever aquela arte. Os atores me repassaram uma veracidade sentimental. Estavam na avenida, na calçada principal de Boa Viagem. Aquela senhora, carregadora de terra, ou melhor, uma batalha. Ela alisava a fêmea e repassava de forma corporal seu controle mental.

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Nas janelas, observo

A vida repetida

Cena após Cena

Carros após Carros

Assim é a vida

Assim é a viagem

Em Boa Viagem

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Sentado no ferrugem, começo a observar, aqui a arte nos chamam, acenam a nos tocar. Percebo uma arte de muro. Suas cores claras com contornos obscuros. Palacetes, Casa de Campo, Barco Encantado navegando em prantos. Por causa disso, refiz esse encanto.

De pobre olhar pra rico e rico olhar para pobre. Não sei, mas o lugar ficará utópico. O sonho tentará derreter o ferrugem da nossa alma. Essa patologia subjetiva tem nome, O R G U L H O!

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Na Janela

Chega, Inspiração

Chego à janela

Vejo um gavião

Pronto para devorar

A sua presa suculenta

Atrás do gavião

Ainda mais alto

Outro voador

Um gavião de lata

Pronto pra devorar

TAMBÉM

Um sobrevivente da favela

Que não tem

Chance, nem pra dizer

Amém!

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De repente no elevador

Sou guiado a outro andar

O “P”

Quando olho, percebo

Pessoas hipnotizadas

Falavam palavras

Não sei o porquê

De parar nesse lugar

Um jogo

Negócios estavam em cena

Na tela de cinema

No outro lado da cidade

Aquele canto

Em que vive sem a sintonia

Do Capitalismo Selvagem

Pobre, favelas e vielas

Constroem

Recife de uma maneira tão

Bela e

Singela