O SAL DAS LARINGES
As almas
daqueles que se fiam
na volatilidade
da palavra
– a extruírem
de si luzes girinas,
como que a poderem
se esticar
com asas
de libélulas pas-de-deux
para beberem de doces
cálices apolares;
ou a colorarem
rotas-graças, que lhes acalentem
as bordaduras das próprias
senciências cegas –
costumam
estancar-se aos chãos,
entre ligas de argilas, cinzas molhadas
e enfartadas ilusões!