Poema em tela
Hoje,
Fiz um poema diferente,
Inusitado.
Não só para ser lido,
Mas, também,
Degustado!
Nesta manhã de agosto,
Ponho a mesa,
Enfeito de copos de leite,
Flores de paineiras
E ipês de meu
Sertão-cerrado.
O sol,
Querendo ser notado,
Teimoso, solta teus raios.
Entre uma nuvem e outra,
Em meio a um céu
Nublado.
Primeiro, no telhado,
Em seguida,
Alcansa minha janela de vidro
Espelhado.
Com teu brilho,
Coalhando minha mesa com estrelas
Em tons dourados.
Caprichoso, demora-se
Em meu poema fatiado!
E, diante de meus olhos encantados,
A mágica se faz: Meu poema
Havia se juntado!
Virou uma tela...
Com seu rosto desenhado!