AFIADORES DE SONHOS E DE FACAS
... antes,
por que ainda nos acreditávamos,
éramos donos de nossas
palavras
e, com elas,
forjávamos nossos desejos, nossas ilusões
e nossas demências,
querida.
Hoje,
após tantas chuvas e tempestades
que tivemos por entre
nossas dissimuladas
decências,
resta-nos,
sob os destroços esparramados para todo lado,
mais e mais cinzas e vazios
molhados.