Amar com Quintana

“Amar, nunca me coube
Mas sempre transbordou
O rio de lembranças
Que um dia me afogou..” (Quintana)


Esse rio que mora dentro de mim
Deságua no mar que me envolve
É como se eu fosse água só...

Aconteço em teus braços
Amo em tuas mãos
Gozo dentro de ti
E viro água depois
Escorro por entre teus dedos
Desapareço
Vou emergir quando você quiser
Sou só uma figura inventada
Preciso desse disfarce de gente
De vez em quando existir me fascina

Loucura existir de verdade
Só sou inteira quando em tuas mãos
Resto de mim sobra por aí
Quando você vem e me chama
Letras e canções surgem
Na cabeças de poetas bêbados
Um dia ouviremos o som do tempo
Dentro daquela viagem que você me colocou
Embarco nua e sem amarras
Âncoras estão flutuando dentro de mim
Raízes por todo lado nos envolvem
Tardes alucinantes de prazer
Noites escuras de lembranças
E só assim consigo existir
Dentro de alguma gota azul
Onde você exclusivamente me guarda
Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 09/01/2016
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