COMO UM BEM-TE-VI

A ramagem
arranha meus pés
e já não a sinto;

o vento
toca-me a pele,
mas não é como antes,
é como um afago horripilante;

os pássaros
cantam e voam
e eu já não posso lhes retribuir
mais nada;

ela fica,
e eu me vou (espero) à suspensão da vida,
com lamentos silentes
e úmidos de chuvas,

em companhia de um anjo
sem rosto.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 08/02/2016
Reeditado em 08/02/2016
Código do texto: T5537593
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