O cálice

Não se ouviu em todo o tempo

Do universo visível:

Galáxias, estrelas, satélites

Quasares distantes...

Pulsares...

De nêutrons

Estrelas mortas

Uma precisa resposta

A alguém que...

Na angústia incontida

O cálice ter que beber

Da mais amarga ferida:

"Se for possível, meu Pai

Nesta aflita aflição

passe de mim este cálice"

E a resposta foi não!

Outra vez repete o Filho

A sua aflita oração

Mais uma vez diz o Pai:

- O cálice, não passo não!

Terceira vez fala o Filho:

"Passe o cálice de mim"

Última vez diz o Pai:

- O cálice?

- O cálice, meu Filho...

- O cálice beba sim

Se em todo universo,

De Mercúrio a Plutão,

Planetas, sóis, nebulosas

Antes da grande explosão

For possível a medição

Da justa medida do amor

Espante-se a imensidão

Por amor à criação

Deus, o Filho entregou!

Cabo Frio, 16/02/2016

Olympio Ramos

Olympio Ramos
Enviado por Olympio Ramos em 16/02/2016
Reeditado em 05/03/2016
Código do texto: T5545671
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