O FIM DA HORA

... sempre tive
o péssimo hábito de imaginar que
podia levar tudo no peito,

o que pensava
ser um mar, um céu ,
um paraíso onde houvesse uma possível
paz pela qual lutar,

o que pensava
amar e o que pensava odiar, sempre
transcendendo tolamente a dimensão
do real.

E ela ali,
do meu lado, dizendo-me que eu me andava
longe de mim mesmo,

com meus pensamentos
vagos, com meus desejos bastardos,
com minhas visões
embaçadas.

E eu me suicidando
na estrada, cada vez mais longe de mim mesmo,
e ela me amando com toda paciência
e me mostrando

que, um dia,
ao estar me passando do suicídio de meus dias,
eu perceberia, enfim, olhando-lhe
as lágrimas nos olhos

o que é um amor
de verdade.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 27/05/2016
Reeditado em 27/05/2016
Código do texto: T5648484
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