PÁLIDO HORIZONTE

As meninas levam flores para suas mães

e os meninos carregam suores correndo com os cães;

os pais, rindo, sustentam o tempo infindo,

os avós, que chegaram bem antes,

já vão indo...

O universo, que nunca envelhece,

aos poucos tece a expansão de suas bordas;

Penélope penalizada pela raça humana, tece

símios e magnatas e, de escravos, a horda...

Você bebe o suco,

se espreme entre laranjas no metrô,

sabe o que é eunuco,

mais sabe ainda do horizonte pálido a cor...

A música toca e fala de homens e mulheres felizes,

a canção acaba e todos voltam para seus buracos,

alguns nem espinhas tem mas outros, cicatrizes,

o universo expande os fortes e engole os fracos...