Escrevo

Sou como escrevo

Sou chuva e sol lá fora

Também chove e faz sol cá dentro

E se em todo o teu tormento

Eu ainda não aconteci

Dobre a esquina, vire a página

Estou aqui e logo ali

Sou denunciada por cada letra

Entrego–me com paixão ao vilão

E sou estupidamente clara

E nem por isso quero a “razão”

Acordo imaginando o céu, o mar

O azul me fascina, mas o vermelho

Ah! O vermelho me faz sonhar

Não tranco as portas que estão abertas

Nem as janelas por eu passar

Quero o mundo lá de fora

Vou sempre onde o amor está

Se dentro ou cá fora

A qualquer preço vou buscar

No meu barco sempre cabe mais um

Não procure chão para pisar

Meu batel só tem uma vela

Vento, amante, vai me levar

Quero na língua sentir o querer

O cheiro do desejo, todos os sentidos

Já senti a dor do não ter

joguei fora meus vestidos

Mas serei sempre uma “dúvida”

Alguém que passou em sua direção

E se você nem me percebeu

Se nem olhou nos meus olhos

É porque nunca em mim amanheceu.

Linda interação poética do meu amigo e parceiro F. Santos

Em tuas manhãs serei o sol

Nas tardes o caminhar

Nas noites o sonho à te velar

Serei o teu azul de paz celestial

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 20/06/2016
Reeditado em 28/06/2016
Código do texto: T5673043
Classificação de conteúdo: seguro