SAPIENS: DE CRIATURA QUER SER O CRIADOR!
Grande é a soberba do homem que tudo pensa poder, mas que nada significativo pode conquistar ou sequer ansiar, senão as migalhas do espaço-tempo que ocupa, tão pequeno quanto a própria e frágil condição da existência humana.
Residentes no recanto escuro e esquecido da imensidade, em um lamento inconsciente da própria fraqueza, os homens querem se sentar à mesa principal do banquete, como se donos fossem da sinfonia que rege ocasos e possibilidades.
É incompreensível ver o ínfimo tentar desvendar o imenso poder, que está contido em todo o Universo do qual faz parte, que vibra no átomo em energia aprisionada, compondo a matéria e que paira sobre o quantum, em irracionais comportamentos.
Mais incompreensível é imaginar que os homens, em seus desvarios, possam se julgar filhos à semelhança, em mácula profunda, do Criador, originário de todas as coisas, tentando nele contemplar, em adorações incondicionais e idólatras, a bondade e o poder supremos.
Entretanto, como pseudorregentes da orquestra que a tudo harmoniza, o homem é menos que um grão de poeira perante a grandiosidade do Ocaso, e tão-somente uma besta abnômala, autoconsiderada filho de Deus.