Veste rota

Minha carne cortada sangra

Quando não ouço o barulho da navalha

Gosto da cor do sangue que escorre

E também da cor da minha mortalha

Quando Insisto em insistir te querer

Me quero menos do que eu penso

Neste exato momento insisto em nada ser

Só o vazio das letras me completa agora

O silêncio claro do teu visível desespero

Me envolve e meu corpo nu chora

Absurdamente grita e chega em mim

O teu mudo poema de amor sem letras

Enterras assim nosso amor sem fim.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 04/12/2016
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