O Enforcado

O lento balançar do enforcado, com sua língua

exposta e negra

Explode como um roto parto,

explode na minha cabeça

e liquefaz-se em sons sem que o céu se entristeça.

Pedaços de frases desencontradas surgem na minha cabeça

O amargo espectro da morte

escorre por entre os seus lábios

uma angustia forte à beça

que na minha alma transcende

é o mal que aqui termina onde o incerto começa

No limiar dos meus sentidos o eterno canto da morte

cantado em procissões de aflitos

e embora todos sufoquem o grito

é do grito que vem o silencio

e o silencio é tudo aquilo que não é dito

Todas as loucuras que envolvem esta vida escondem realidades encardidas

difícil distinguir a mentira da verdade

e também a morte da vida

e por me deixar fazer o etéreo ao desfazer eu desespero

o meu erro não é nada incomum

mas

o que faz bater meu coração em minhas mãos

descompassado e forte

tum tum tum tum.

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 16/03/2017
Reeditado em 19/03/2017
Código do texto: T5943099
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