A DONA MORTE FOI-SE... - Poesia nº 68 do meu quarto livro "ECLIPSE"

Vieste de grande escuridão...

Depois tentavas me tatear?

Ah, procuravas-me em vão...!

Nunca vi o meu céu negro,

Por esta razão firmo-me a me amar!

Não negocio nunca o meu segredo...,

E jamais te ouvi na noite a me clamar!

Antes que em mim, resvalasses,

Neste (que sou) em meu espaço,

Vomitei-te das noites por rechaço

Desta minha já invadida inocência,

Não te prestando minha reverência,

Em nosso encontro de duras faces...!

Eu ando com qualquer humano faminto,

Devorando-nos, comemo-nos por instinto!

E do mundo, que me fez provar o fel,

Ao qual entrego o meu corpo, ao léu,

Vivo mastigando-te por tal sina cruel.

Na certeza do meu corpo, só ao sexo semeado,

No campo das colheitas, meu canto é reservado,

Para qualquer momento do teu mal exorcizar-me!

Ah, pense bem dona, se seu desígnio é deter-me!

Passo o dia todo ardendo

Tudo, em madeiras horas,

Assim, vou a mim vivendo.

E dos muitos destinos em mortalha,

Quais, em suas mentes se devoram,

Que o corpo, por boa alma imploram,

Logo, penso eu, que não se demoram,

Que não tenho escolhas, não há falha,

E que desta vida mesmo, nada valha!

Porém, eu de ti não sentirei calafrios...

Tu pensas querer vir dar-me um fim?

Catar-me como uma madura fruta?

E mais certeiro, a ferir os teus brios,

Quando estavas a uns passos de mim,

Eu expulsei-a, sem ter nenhuma luta!

Pobre criatura!

Desiludida,

Cabisbaixa,

Minha enorme gargalhada a enxotou,

E do meu eu, um grande nada levou!

Eduardo Eugênio Batista

@direitos autorais registrados

e protegidos por lei

Setedados
Enviado por Setedados em 31/03/2017
Reeditado em 01/04/2017
Código do texto: T5957770
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.