Melancolia salutar

A melodia com notas agudas

Quer povoar todo este ambiente

Compõe um som das veias oriundas

Traz à memória verde inconsequente

Do homem feliz e triste como gente

Que se compraz sem pedir nada

Apenas ouve e sente a pauta da vida

Musicada que vem d’águas profundas.

O violino corta de repente

Choro entalado de lágrimas dadas

As notas perpassam como pontes

Células dançam eletrizadas

Sua alma magnetizada fica em transe.

E o amarelo da terra move quente

Tudo se dá de forma intensa

Ah! Como vive e tece cada instante

Rebobina suas reminiscências

Saudade em dó maior de suas vidas.

Que não há como aferir dessa essência

A nau parte, já é hora de tentar

Conhecer outras cores não puídas

Seria o arco íris em transcendência?

A compor a moldura do caleidoscópio

Pelas rotinas marrons amarradas.

Que não se depura pelo telescópio

Sentimentos que dão à partitura

A vibrar pelos tímpanos como ópio

O frenesi se dá em sua estrutura

Paletas coloridas da pintura

D’uma melancolia tão salutar.

Respiração das estátuas

Muito além das miragens

Envelope treme na espátula

Falam no silêncio das imagens.

Murmuram palavras ainda...

Mesmo quando elas cessam

À espera do toque biangular

No fascínio que se descortina

Tempo tu, perpendicular...

Ela, como ninguém, sabe lhe tocar.

Como uma distância muito ensaiada

Como outra vertente que paira no ar...

Afetos mútuos compartidos

Sentimentos agora transformados

Em inteligível paisagem audível.

Perfeito! Presente enriquecido.

Tendo então recebido ... Requer reverência!

Para que a todos se dê ciência

Por estes dois intérpretes.

Duo: Fall & Hilde

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 18/09/2012
Reeditado em 19/09/2012
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