àgua

As lagrimas que correm dos meus olhos

Não serão jamais suficientes

Para nos fazer navegar o Judá

Kerouac pelos caminhos de asfalto

Eu pelos caminhos secos do rio

Sou pó e poeira

Água

Bendita palavra

Benta

Bendita, planeta, última vontade do meu ser/sede

O ser é sede e a sede de tudo

Alegria, dinheiro, sexo

Mas, sobretudo, sede

Água

Minhas lagrimas secam como o Urucuia

E seus afluentes, meu Judá

E eu sou cada vez menos barqueiro

E cada vez tenho menos vida

Águas ...só as do Hades

Caronte

Bendita vida, vamos virar esta página

E encharcar os nossos córregos e rios

Para não defrontarmos Caronte

Água para nossos filhos

Luiz Zanotti
Enviado por Luiz Zanotti em 26/06/2017
Código do texto: T6038011
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