Desabafo ²

Eu escrevo pra mim?

Ou não escrevo pra ninguém?

Seu Zezinho me disse pra ser mais calma. Pensar mails leve que um dia tudo vai voltar a ser como era.

De que adianta desenhar palavras, moldar confissões

se no meu peito só reside desprezo e amargura?

Meus sonhos são construídos em cima de esperanças despedaçadas, embora ninguém se preocupe com eles.

Minha vida deu a volta no infinito e virou curva diante da substituição unânime e vulgar que tive durante esses anos.

Mas pra que falar de mim, se bebo meu próprio veneno no copo da morte. E esqueço de amar o próximo quando me odeio. Vivo uma ficção onde minha vida está embocada num filme de ação. Já chorei tanto hoje, logo eu que adoro sorrir.

Engasguei com aquela cena, repugnante daquela maldade que eu pude sentir com meus olhos. Ninguém se importou. Aliás, desde quando alguém se importa?

Eu já estou desesperada. Engolir sem mastigar desgostos desastrosos capazes de chocar em cacos o meu coração.

Chutaram minhas esperanças com o poder da fúria e da inveja, que eu já não sabia o que fazer. Busquei muitas vezes entender aonde que eu errava, e vi que era vã a minha procura oculta. Que me propus a viver eternamente da caneta e do papel.

Descobrir que embora esteja sempre sozinha, há alguém que pensa em mim com carinho, que me protege e roga por mim.

Que embora os outros falam tanto, eles não sabem metade do que acontece comigo!

~ Na escola... 25 de agosto de 2010.

Evelyn Dias
Enviado por Evelyn Dias em 26/08/2010
Reeditado em 14/09/2010
Código do texto: T2461264
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