Amor vira ódio, ódio vira amor
Quando o coração de intenso encarnado
Virou um músculo imenso e rígido
O grito daquela dor foi quase ingresso
Do engordurado amor que jazia macilento.
Era veia sem liberdade.
Bom coração transformando tudo em veneno: o tal ressentimento que depois se fez surgir.
Barroco! Fogo de artifício! Depois recuando, se escondendo, ficando sem voz, implodindo. Tanto! Que cavava, cavava na direção contrária da superfície onde de vez se calava: tomou a forma das profundezas, igual água, se alojando no oco do homem,
Onde as emoções se resguardam e se suprimi: contínua, repetente, crônica e muda.
No ano seguinte ainda eu ouvia marteladas do grito pulando de ouvido em ouvido,
Procurando razões (razões que não vieram )
Eternamente procurando, feridas que se abriam, mais próximas das labaredas do inferno do que dos algodões doces do paraíso. Que demônios fez sorrir e anjos suspirar.
E agora vens me dizer, por fim, é só o que restava, que a minha dor era desamor e que amor assim nunca viu nascer!
POIS, ENTÃO...
Toma o meu ódio.