Adão e Eva

Ouça aqui, minha menina.

Tu amarás outros homens

E tu me esquecerás

Porque é assim a vida, tende a nunca ser eterna.

Entretanto, alguma coisa em ti me pertence,

e dentro de mim sempre alguma coisa será tua.

Porque nos amamos no jardim do Éden pela primeira vez

e como todos nossos pais perdemos a inocência,

regerando no ventre o primeiro pecado e que em muitos outros casais há de renascer.

É tênue a linha que alinhava dois corações.

O sorriso se abre como um girassol

e achamos que lá sempre haverá o Paraíso.

Mas é de comer e beber que o amor sobrevive.

Esse fio magro sustenta o malmequer bem-me-quer do cardíaco dia-a-dia.

É areia movediça, um lago cheio de armadilhas.

Os segredos vão nos corações tateando o escuro e ladeando o perigo.

Todavia, se sucesso, se fracasso, os corações se perdem por caminhos desconhecidos.

Vai e saibas que tu foi minha primeira colheita,

e que entre as suas pernas encontrei a vida e, contrariamente, a minha perdição.

Sérgio Caldeira
Enviado por Sérgio Caldeira em 10/01/2011
Reeditado em 04/02/2011
Código do texto: T2720847
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