O tema instiga. Quem não fez nunca um autorretrato? Ou diversos deles?
Somos seres em mutação, onde, em cada época cabe muito bem um autorretrato. Eu mesma já produzi  vários, em tempos e emoções diferentes, mas de alguma forma todos falam de mim.Um pouco do que sou.
Resolvi então fazer um “Mix” de alguns, extraindo um naco de cada.
         Deu no que deu.

 
Quão bela será a alma? (um Auto - Retrato ou um Auto - Desvendar) texto de: 17/06/07

 
... Na minha caixa pelas frestas passam sentimentos, derramam a luz transbordam emoções. Uma caixa diria atraente, refletindo o que contém: o melhor de tudo, o melhor de mim...
Um coração, uma alma e tudo que compõe essa sinfonia majestosa do criador... Por isso:
Não me pense só embalagem,
Não me tenha sua caixinha, Não me veja papel de embrulho ou presente...
Veja-me como algo que não se toca... Apenas posso e quero ser sentida,
Conhecida, descoberta,
Desvendada,
Quando me olhar, atravesse meus olhos, interprete meu sorriso e me saberá muito mais,
Encontre-me naquilo que você não pode ver,
Busque-me,
Atraia-me,
Encante,
Veja o meu essencial, me olhe com os olhos do teu coração...
 


 
Do texto: Um auto- Perfil, de 27/05/08.


...Sou assim,
Sou sol no fim da tarde,
Sou amor da lua,
Sou loba uivando meus orgasmos e minha eterna solidão.
Sou assim delicada, grande e desajeitada,
Que falo gesticulando
Que gesticulo falando.
 Sou real, intensa transbordante.
Derramada,
Sou eu, alagando.
Uma estranha poetiza maluca e a deriva mora em mim...
 



 Do texto: A personagem encarnada, de 29/05/08.



A personagem que me veste,

Meus amores são ofertados, derramados, caem em cascatas sonoras e não tem como evitar um alagamento. Maremotos em profusão.
Amo integralmente, nada de repartido,
Nada de doses nem parcialidades,
Amo com imensidão, gigantismo, irrefutável amor,
Incondicionalidade,
Amor cego,
Que não se dilui,
Denso... Fervilhante...

 


O texto na íntegra: de 07/09/2009
About me (about us...)



A mulher que sou está diluída naquilo que escrevo. Minha poesia é líquido que circula. É em mim. Está. Vive. Não nos dissociamos. Siamesas, respiramos pelo mesmo pulmão. Inseparáveis. Nunca repartimos, apenas completamos uma a outra. Ela me faz bem. Eu sou dela o veículo, canal. Ela é meu oxigênio, eu sou dela o respirar. Eu sou ela transposta. Transcrita.
Sem acordo de separação. Indivisíveis.


 


 Do texto: Um jeito Parauara de ser..., de 14/09/2009.

 

Um jeito PARAUARA de ser...
Só não nasci em montaria, mas cheguei ao lar pequenininha, cruzando essas baias revoltas, minha mãe me protegia enquanto a canoa quase virava e não consegui chegar ao porto, encostou-se à praia ao longe. Caia o céu em chuvas, e eu chegava meio às águas.
Chegava.
Vinha, filha das águas.
Amazonida genuína, clara na cor, de alma morena.
Vim e vivi meio aos afluentes, um Rio Amazonas inteiro cabe no meu prantear.
Brincando na praia só sabia dormir ouvindo os barulhos do mar.
Barulhos esses que interviriam e até hoje pactuam com o meu imaginar. Os ouço sempre, sem precisar na concha por os ouvidos.
Tenho o calor das terras daqui, de afetos sedenta, recrio todas as lendas, já que com elas vivi...


 





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Este texto faz parte do Exercício Criativo - Auto-retrato
Saiba mais, conheça os outros textos:

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Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 06/07/2012
Código do texto: T3763063
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