Casa 7

Meu poema tem dono

porque se guia da palavra

abandonado ao desafio,

lançado à sorte ou azar

de rasgá-lo ou guardá-lo

amá-lo ou apagá-lo

como quem passa e só passa

num concerto de troços,

ruínas e quinquilharias

jogados em caixotes.

Tudo tem acre, som,

textura, calor e sabor

de voz velada na poeira,

desfocando a imagem

no ABC de formatura,

da Pietá de Michelangelo,

do tabuleiro de xadrez,

abertos à brincadeira

e fechados aos dados

da saudade rarefeita.

Poema publicado também na página pessoal do autor, Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.com.br).

Thiago Azevedo
Enviado por Thiago Azevedo em 15/01/2013
Reeditado em 15/01/2013
Código do texto: T4085526
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