Sigo

Não me oponho à fata de riso e nem à falta de gosto. Compreendo as lutas e assisto de longe à distância criada pela falta de argumentos.

Ah, a falta. Como tem sido fardo presente no dia a dia, adentrando as noites no pulsar frequente de uma saudade sem explicação. Tão perto, tão longe. Emudeço na falta da tua voz.

Não me oponho à estranheza, nem à falta de delicadeza. Aturo os sonhos desfeitos, a covardia dos beijos e entendo o excesso de perdão. Trilho em fartas pegadas que criam uma história sem fim.

Eu persigo o riso, eu crio céus, reinvento estrelas e coloro luas. E isso eu sempre soube fazer só. Voar... isso eu ainda gostaria de fazer a dois.

Palavras pesadas nesta leveza que finge a serenidade que engoli às pressas. Sigo. Sem vírgulas e ofegante. Nunca foi fácil respirar com pressa.

Débora Andrade