Seguindo

Cria-se espaço, ausência. Enquanto lateja insensata a saudade, a gente teima e procura por algo que acalente esta dor aguda de quem parece ter sido esquecido, deixado para trás.

Deixe todas estas nuvens pairar outros sonhos. Há quem não suporte o poder das asas. Cria abismos só para olhar a profundidade do chão. Não ousa um passo a frente. Passarinho criado em cativeiro, sem honrar o valor do vôo.

Há quem ensaie a vida o tempo todo. Escreve rascunhos dias e noites e lança mão da sorte, esperando que os ventos mudem o rumo das velas.

Há quem olhe para trás sem sonhar o que vem adiante e se afasta do presente. Há quem nem note o presente que o futuro é.

Sente, demasiadamente. Tem o peito a pulsar versos de amores e entre eles, sempre um "mas", a revogar os sonhos. A suspender o vôo.

Entendo. Compreendo. Não questiono. Não questionarei.

Mas à mim, a vida deu o dom da poesia. Eu sonho com o amor, eu vivo com alegria. Eu garanto dias de cor, de alegria e de amor. À mim e a quem vier. E, embora eu te espere, só por tanto te querer, aprendi a entender as entrelinhas. Não voa quem não salta.