Sangue das palavras

Inspirado em "Enquanto posso"

Arana do Cerrado

Sangue das palavras

Te leio e meus olhos choram...Sangram...Não cai uma lágrima dos meus olhos. Apenas o sangue das palavras. Todas juntas, amarradinhas uma as outras como se fora única e são par.

O sangue dos sonhos, acordam pesadelos...

O sumo dos gomos são desvelos e porque chora tanto a Vida? A fome é tanta? Tenho pressa. O relógio-tempo, não pára e quero adormecer for ever.

Estou cansado de tudo, repito. Até mesmo do despertar...

Teus versos me ninam feito criança nos braços de mãe e ensaio sorriso de bebê. É tão lindo sorriso de bebê. Sorriem com os olhos, feito minha sobrinha-neta-Sofia. Tão doce. Quase ou mais que uma delícia.

Acho que ali me escondo, entre os escombros da Vida e pulso energias para continuar vivendo... Como dói a Vida. Quero entrar nesse sorriso e voltar a ser criança. Mas como, se o tempo não pára?

Viajando em teus Versos, possuo a beleza infinita das flores... Queia ser flor...Ou apenas um galho seco de outono que não chega. Tudo ficará verde, porque águo.

Assopro e me apego as lembranças...

Assim cicatrizo feridas, sem arnica. Com o mel das abelhas que nos habita.

A poesia me arranca da cama e me estupra. Vilã Poesia, maldita e bendita, clara e escura mas, Poesia. É tudo que nos resta, antes de ser rosa murcha, feito palavras chulas.

As vezes penso que vou enlouquecer, feito palavras que deveriam estar quietas, dormindo no berço, feito terço em Oração, para os que precisam de palavras de afeto. São tantos... Uma imensidão de segredos revelo em preto e branco, enquanto o colorido fica a cargo do por-do-sol. Acho que não sou eu quem deleto.

Estou morto em um navio, que nunca atraca no cais. Do convés digo adeus aos mares negros da Vida.

O meu outro eu, o meu eu torto, fica me cutucando, enquanto durmo. Vai escrever moço... A vontade é tanta, feito ronco de fome na barriga de criança.

Vontade imensa de ter asas gigantes para sobrevoar os Andes, o Himalaia e chegando ao Tibet, conversar com Dalai Lama. Nó cego na garganta, um estalar de dedos, um entalo.

Engasgo com o silêncio que entra pelas paredes úmidas do nada e explode feito tudo. "Efeito vulcão"!... Uma parte dentro em mim silencia, outra grita. Desci aos infernos sem ventos e mesmo assim o fogo ardia!

Seco teu choro com pétalas de flor e me sinto condor. Te carrego em minhas asas. Fiquei forte. Ave de rapina. Sobrevoando os mares da minha sina e colando cacos a beira do abismo.

Olho o céu que ainda não pariu, mas está prestes a nascer...Vejo as folhas renascerem pela água das minhas mãos. As palavras são íntimas feito timidez. Não são brumas. São pétalas acordadas pelas manhãs adormecidas.

Não estarei mais nesse plano para ver a perfeição dos versos!!! Estarei sempre por perto dos teus, dormindo em profundo silêncio, feito calmaria depois do tsunami.

Inventamos céus e infernos e no final nos deitamos em nuvens de estrelas.

Tony Bahi@.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 27/08/2014
Reeditado em 28/08/2014
Código do texto: T4939065
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