Nênia a John Keats

Podes repousar, ó vate, tranquilamente,

Sem que teu longo sono seja profanado

Pelo parecer, de malícia impregnado,

De algum Zoilo ignorante e inclemente.

Nenhuma língua ferina e maledicente

Insultará teu verso doce e delicado –

Pelo contrário, muito será do agrado

De Deus e dos anjos do Céu eternamente!

Negando-lhe até uma digna inscrição

Numa marmórea lápide, a Humanidade

Escreveu teu nome n’água com sua mão.

Mas vejo isto como uma dádiva, em verdade:

O mármore é fustigado pela erosão,

Enquanto a água ondula pela eternidade!

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 07/07/2015
Reeditado em 14/12/2020
Código do texto: T5302703
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