Algumas relações perdem a força à medida que o tempo avança.
 
Se elas esfriam, talvez a chama não fosse tão intensa, talvez o elo, sopro que une duas pessoas, ainda necessitasse ir além, preencher a alma, completar a centelha, incendiar um pouco mais seguindo a preciosa trilha do afeto e da ternura.
 
Mas as atitudes infelizes podem desfazer o brilho de uma relação.
Certa vez, em dezembro de 2014, uma leitora querida sempre conferia os meus textos com entusiasmo e paixão.
Acordar só fazia sentido depois de ler o novo texto que publiquei.
 
Decidi realizar um convite tolo o qual, no fundo, jamais praticaria, nem sequer eu desejava concretizar. Nenhum sentido tinha o conteúdo dessa proposta imbecil.
Suscitei, então, grande decepção, ela se afastou, sumiu minha leitora fascinante, jamais voltou a ler o que escrevi sentindo a emoção muito natural antes.
 
Hoje eu percebo a verdade, lastimo o erro impotente e abatido.
 
Qualquer texto que eu elabore não alcançará o sucesso pleno.
Seria preciso deletar aquele louco instante, fazer desaparecer o convite estúpido, me tornar um mágico capaz de jogar fora a ação que terminou jogando fora a relação.
 
* Que palavras compensam dizer?
 
As incríveis frases nenhum efeito eficaz trariam. O melhor verso, a rima perfeita, a expressão maravilhosa, metáforas enfeitadas ou rabiscos da inspiração pouco valeriam, inúteis resultados causariam.
 
Pobre hoje eu sou, nos meus escritos um proscrito.
Não conheço a receita, tudo ela rejeita, nunca aceita.
 
Resta agora esperar o porvir a mão estender.
Depois, com as asas soltas, respirando a suave liberdade, observarei o vôo lindo elevar, o sonho conseguir o pecado lavar, salvar, levar...
 
Enfim, um dia relevar!
 
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Ilmar
Enviado por Ilmar em 06/02/2016
Reeditado em 06/02/2016
Código do texto: T5535085
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