ACABE LOGO COM ISSO, JÉSSICA! ("O amor platônico é um castigo que a mente deve sofrer pela inocência do coração." — Leonard Cebin)

Hoje, a minha noite de domingo começou normal, logo começa chover, então VISUALIZEI a Jéssica, vindo com a brisa úmida; por que não se aquieta por lá? O que está a fazer, não é Jéssica? Pois é, por aqui, não há nada ao meu redor que não tenha terminado em "pizza"; agora, há só um vazio em minha cabeça, nessa escuridão cheia de pontos de luz, por isso faço minhas as palavras de Florbela Espanca: "Gosto da noite imensa, triste, preta, como esta estranha borboleta que eu sinto sempre a voltejar em mim!..." Todavia, parece-me que não estou preparado para lidar com os desafios que ajudam a resolver o meu caos interior. Por que eu ainda preciso de um olhar amigo, mais atento a vislumbrar? Quem dera, ela pudesse perceber, em mim, algumas virtudes que merecessem algum elogio. Porém, ela não é generosa, as suas ofertas são restritas, e não me oferece o que quero. Se fico isolado, sou obrigado a ouvir meus próprios pensamentos, por isso mesmo, a levo para onde vou. Estratégico mesmo, de minha parte, seria então eu ser menos reativo, para não assustá-la. De qualquer maneira, o encontro com alguém sempre me faz melhor, mesmo que seja um fantasma.

Agora, na sequência, está amanhecendo mais uma segunda-feira e sem fazer nada, não que eu não tenha nada para fazer; são férias, e, no momento, prefiro falar sobre o meu amor platônico por Jéssica (figura mitológica dos meus sonhos). Eu tenho uma Jéssica, sim, em meus pensamentos, e eu lhe aconselho a ter uma também. Assim, estaremos sempre atentos às perseguições de algum rival ou dono(a) de mulher, mas se já é dia, tenho esperança, visto que é a última que morre. Que as coisas sejam organizadas na memória para essa viagem fantasiosa, porém cheia de obstáculos também fictícios. Todavia, para meu propósito, valeria a pena resistir às inesperadas dificuldades: prefiro a morte ao esquecimento de Jéssica! Mas, oh, entretanto não posso deixar que minhas emoções assumam meus objetivos. Claro que estou sendo subjetivo sobre o assunto. Dói-me mais a certeza de está sendo claro e verdadeiro, para torná-la mais facilmente palpável do que ouvir as opiniões dos outros a meu respeito, tachando-me de doido.

À minha Jéssica "platônica", aceite meu estado físico. Mesmo quando eu minto, minhas palavras mentirosas não mentem - elas dizem a verdade sobre meu coração sinestésico. Então, essa Jéssica impossível faz a minha mente noturna com maldade, ou melhor, cheia de ressentimentos e frustrações. Eu doente da síndrome pós-traumática pela vida que me sonega tudo, morro de esquizofrenia. Os saudáveis dizem: "Quando o assunto é amor, não se manda no coração". Outros ainda: QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CORAÇÃO: MENTIRA! PREFIRO CRER QUE A BOCA FALA DO QUE O CORAÇÃO ESTÁ CHEIO. De que material é seu coração, Jéssica? "Se você caiu na bobagem de ser orgulhosa, se planejou fazer o mal a alguém, tenha vergonha de si mesma e arrependa-se" (Pv 30:32 BV).