MAGOADOS NÃO PERDOAM (O castigo foi feito para melhorar aquele que o aplica — Friedrich Nietzsche)

Em meio à quietude da noite, me vejo refletindo sobre a complexidade da vida. Uma coisa é certa: somos nós que tecemos os momentos agradáveis. Aprendi que evitar erros é mais sábio do que buscar o perdão, uma ilusão que mascara a cicatriz da ofensa. O perdão, em sua prontidão, abre caminho para a repetição do erro. Por isso, nunca se perdoa completamente, nem se deve restaurar a confiança plenamente.

Quando perdoamos, assumimos as consequências pelo outro e damos outra oportunidade para a prática do mesmo ato, desta vez patrocinado. A pessoa não se dá conta que é um erro se não vi as consequências fazerem arder sua pele. Como diz Sally Grazi: "O perdão é um ente obscuro... se perdoa sem completamente perdoar!"

Lembro-me das palavras de Maquiavel, que em tempo de guerra a crueldade é necessária. Depois de um tempo, tentei lembrar o rosto das pessoas que me ofenderam e só consegui ver a face de um monstro assustador: o ódio tornou-se apenas mais ódio com a ferrugem do tempo. Não perdoei e não fui perdoado. Imagina se houvesse o perdão! Eu ainda estaria abraçado com o inimigo. O distanciamento basta para restaurar a autoestima.

O medo de ser ofendido novamente me aperta o peito, pois é a raiz da violência. A vingança nos liberta da perseguição, servindo de moeda de troca que compra a liberdade e a paz. Agora, estou certo que paz só com guerra. Anjos não morrem... por isso são mensageiros da paz, ou seja, somente o vencedor desfruta da paz. Preciso me apegar às mágoas para não sofrer duas vezes, talvez na próxima semana dê certo.

Se você cair, com certeza, alguém o empurrou, porque você não quer cair, com certeza. Frutos maduros caem naturalmente. Coisa difícil não vem de Deus, pois não está madura! Mat. 18:22 não combina com Rom. 1:32. O fanatismo é enganoso!