CLIENTE OU PACIENTE DE PSICÓLOGO? ("As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio." — Franz Kafka)

Quando dizem que sou o pior professor da escola, com nada para contribuir, nunca me ofenderam. Pelo menos ainda sou professor. Agora será se os que me julgam já foram professor um dia! Sim, se foram, agora transferem a mim o seu fracasso e me comparam com eles, isto já me ofende muito, porque não avancei o suficiente para me perderem de vista. E destrói o meu bom espírito, vendo uma coordenadora "tangendo" os meus alunos para dentro da sala numa rotina cansativa como a da faxineira que limpa a casa para sujar novamente, pois eles (alunos), estes sim, não querem contribuir, almejam apenas a atenção que lhes faltam na família e na sociedade. Pois ficam todo tempo da aula na porta olhando para o pátio da escola ou se mostrando folgados e com a aparência chocante, sem o uniforme, conquistando "prestígio" dos rebeldes.

Descobri que muitos da comunidade interna de uma unidade escolar (colegas de trabalho), não acreditam na benfeitoria de seu trabalho. Acho que é meu caso, talvez por isso agora, estou me sentindo medroso, como quem está fugindo, parece-me que alguma coisa na minha vida não foi resolvida ainda: consciência pesada. Estou pensando cuidadosamente e tentando descobrir que pendência é essa! Quero resolvê-la, e vou fazer desse objetivo um momento de decisão prática e importante, contribuindo com minha ausência. Contudo, é sempre relevante, quando se trata de sobrevivência e trabalho, é um sinal, que devo redobrar a atenção nos detalhes de tudo. Se você quiser dar uma rasteira em mim, este pode ser um bom momento para desatar de vez os laços de amizade que porventura estejam abalados, dobrando-me às frustrações e diferenças.

O medo é a raiz da violência, mas sou covarde demais para praticar a vingança, libertando-me da perseguição, apesar de ser ela uma verídica moeda de troca. Almejo a paz, porém sei que ela só acontecerá com guerra. Por que continuo alimentando este medo, se Anjos não morrem? Aqui fala por mim a Fernanda Gaona: "Eu não sou tão forte quanto eu previa, nem tão fraca quanto eu temia. Não tenho o passo rápido como eu gostaria, nem paraliso como poderia. Aprendi a me equilibrar nos extremos. Se não tenho o direito de escolher todos os acontecimentos, me posiciono de acordo com os fatos."

Não me favoreça a injustiça, pior ainda é me marginalizar, desta maneira, compram minha vingança ou de quem me comissionou ao professorado. Assim explico: não sou violento, a palavra é minha arma e o silêncio também. Após o debate, a finalidade é meu consolo. Por isso, não posso me calar ainda.