Carrinho de mão

Carrinho de mão

Nesta velha nostalgia

a vida me eleva e guia.

A ilusão me enleva então

ao antigo carrinho de mão.

Era pequenino demais tempos atrás.

Pedia ao meu mais querido ídolo, meu pai.

O qual me atendia com préstimo amorável demais.

O que queres querido filho? Que vires o carro pra mim.

Imagine um carrinho de mão virado de cabeça pra baixo.

E o velho ancião aqui a brincar de motorista de caminhão

com a roda daquele carro feito em madeira pelo meu pai.

Inocente cabeça de criança, não trocaria jamais

aquela velha carcaça pelo melhor brinquedo

da praça, pois, somente nele achava graça.

Velho ancião a redundar carrinho de mão.

Era tão feliz, daria tudo o que quis

por aquele eterno momento

feliz, sem o menor lamento.

Fora um momento feliz.

Agora pra lá dos setenta

vejo o valor humano

carregado de ilusão

em falsa ideia

de aumento

no coração.

A vida passou

a deixar essa lembrança

a qual em minha mente soou.

Mas a grande felicidade ficou.

Lembrança de simples criança.

Chego até pensar que sou feliz,

porém, agora vejo que nada fiz.

Não tenho nem um velho carrinho

de mão feito pelo meu pai

para puxar pelo rabo.

jbcampos

jbcampos
Enviado por jbcampos em 04/05/2017
Reeditado em 04/05/2017
Código do texto: T5989806
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