Libelo de Uma Mulher

Não digo coisa com coisa

Lé com lé nem cré com cré

Digo tudo que eu quiser

Eu sou doida

Eu sou mulher

Não estou de TPM

Sou das que sofre e não geme

Trago a fibra nos meus genes

Sou Severina, Rita e Marlene

E não há ninguém que me ordene

Cheguei para abalar, ver e vencer

Ninguém pode me emudecer

Eu vou tocar tambor nessa aldeia

Seja debaixo do Sol ou Lua cheia

Sou muitas e única paralelamente

Não busque o nexo em mim, sou um

Ser eloquente

Um grande furacão,

Ponto de interrogação,

Tudo deliberadamente.