O Elo

Meu olho e alma, e os pedaços perdidos do meu "dano psíquico" não me causam estranheza, e os rumos desconhecidos também não, pois após tanta dor vi um coração raquítico pulsar doente em mim. Restavam duas dores que tive que entender: meu céu e meu chão.

Um beijo na mão me alimenta...

E que falta sentirei de mim mesma se não me vejo? Estou atrás das dunas a olhar o vento quente que derrete a tarde e a lembrança de ti

Ah, mas quem dera ver o início da fúria em mim! Arrancar os resquícios da doce lembrança dos teus olhares e arriscar pondo meu nome - em tua face - com o mesmo pincel que usei no quadro inacabado que ainda guardo amedrontada. Mas de que adiantaria tudo isso, se ainda quero beijar tua face no quadro desbotado onde não terminei a pintura? Então, guardo o pincel para pintar o céu.

Dores de mim, deixem a paz cantar nas conchas achadas na areia!

Eu que me achei sem querer perdida na distração, num barco vazio que corta o mar a sonhar com cavalos brancos...

Sei que era apenas a menina em mim a brincar.

(14/07/2010)

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 16/05/2017
Reeditado em 16/05/2017
Código do texto: T6000499
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.