Só mais um bobo

Naquela praça em frente a capela de Santa Luzia, um rapaz vestido de bobo da corte suas flores vendia, por baixo da pintura da face ele saltava enquanto falava de sorrisos e amor em poesia. No caminho para a mina, os mineiros comentavam que ele pouco trabalhava, na sacada a jovem bordadeira afirmava que ele lhe fazia companhia, da sua banca de jornais aquele velho ranzinza dizia que, para a inutilidade da vida que ele levava, a fantasia de bobo bem lhe cabia, mas as crianças o admiravam e achavam graça, brincando aprendiam sobre aquele amor diferente que o bobo falava, amor inspirado nas flores que inspirava alegria.